Três cenas de uma polícia brasileira
Era um major reto, simples, nunca dado a luxos e extravagâncias. Desde quando ingressou na polícia militar tinha o hábito de reservar algum recurso para quando fosse necessário, e nesta vida moderada conseguira construir sua casa, pagar seu carro e comprar um outro imóvel, que então explorava o aluguel. Três filhos, dois na faculdade, um na escola. Tudo particular.
Seu vizinho era um sargento, que trabalhava de empresário nas horas vagas: “proprietário” da maior empresa de segurança particular da cidade. Casa na praia, lancha, carro importado, mansão. Sempre que via o major pensava em lhe oferecer algum bico, mas sempre recuava. De fato, tratava-se de um oficial reto.

Soldado Furtado. No contracheque, recebia apenas doze reais. As pensões judiciais e os empréstimos comiam-lhe o resto. Dinheiro mesmo, ganhava no bico.

“O senhor sabe… O comando até manda a gente passar aqui quando tem evento, mas é só uma passada. Se quiser que a gente fique mesmo, tem que ajudar a guarnição.”
*Estas cenas são descrições meramente fictícias, possíveis de ocorrer, entretanto, em qualquer polícia brasileira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário